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sábado, 22 de junho de 2013


Ei-los que partem…



 
e não é só a perda dos que nos são mais próximos (família ou amigos) que nos marca. Apesar de nunca ter conhecido James Gandolfini, e de ele não ter tido a mínima ideia de que eu existo, ele existiu na minha vida, fez-me companhia, deu-me prazer, fez-me rir, chorar e pensar …enquanto Tony Soprano, entrou em minha casa meses a fio, durante todas as semanas, série a série, todas as séries. Os Sopranos, e especialmente aquele multifacetado mafioso, fizeram parte da minha vida. Por isso, a morte de James Gandolfini tocou-me.

As características que emprestou à personagem de Tony Soprano fizeram de um mafioso, à partida desinteressante, se tivermos como ponto de partida o seu físico, uma figura carismática. Atrevo-me a dizer que nunca vi um actor capaz de dotar uma personagem com tanta heterogeneidade de expressões. Conseguiu, num só papel, transmitir-nos pura autenticidade num sorriso tímido e algo trapalhão, ar de pai de família bonacheirão, mulherengo caprichoso, amante atencioso ou de ocasião, marido zeloso e controlador, caridoso, defensor de causas justas e, claro, implacável líder e defensor das suas próprias causas…

Fica-me a imensa vontade de rever todos os episódios, algumas cenas inesquecíveis, as suas conversas com a psiquiatra, especialmente a cena em que ela está prestes a confessar-lhe que tinha sido violada, a cena em que ele tem um envolvimento amoroso com uma amputada e a forma carinhosa com que lida com a situação…verdadeiramente único!

Claro, que a escrita da série (recentemente premiada como a melhor de sempre, e que eu subscrevo) não é a ele que lhe cabe mas coube-lhe a ele conseguir passar as emoções.

James Gandolfini, até sempre.

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