Não sou viciada em
Televisão…mas sou viciada em séries não só porque adoro histórias mas porque
adoro gerir a contradição entre o consumo gradual (quase gota a gota) e a ânsia
de rever o próximo episódio. E só acompanho as séries da RTP 2 porque, não, não
sou consumidora de canais pagos e porque, sim, existem outras coisas nas quais
gosto de despender o meu tempo…
Há uns tempos atrás tínhamos
cinco séries por semana, de segunda a sexta-feira, ou seja, cinco histórias
diferentes das quais só podíamos saber o desenrolar passada uma semana. Foi
neste formato que segui histórias que me seguirão pela vida…Os Sopranos, Sete
Palmos de Terra, Irmãos e Irmãs, Dexter, Erva, No Limite…
Actualmente, temos a mesma
série a desenvolver-se diariamente…e foi neste formato que descobri novas
produções… menos Hollywood, actores desconhecidos (é bom porque consigo
desligar em absoluto o intérprete da personagem), temas e argumentos muito,
muito interessantes e bastante actuais.
A descoberta das produções dinamarquesas foi uma
autêntica surpresa, algo do género primeiro
estranha-se depois entranha-se. Comecei por ouvir as primeiras referências
relativamente à série Borgen (a
política - os interesses e jogos de poder)…não segui desde o
início mas foi o suficiente para ficar fã.
Também da Dinamarca, A Herança relata um drama familiar em que a morte da matriarca vem a revelar segredos que abalam a (normal) partilha de bens e trazem para a família novos membros o que obriga a repensar todo um plano que aparentemente seria fácil de implementar...
A Fraude,
a decorrer actualmente (2ª temporada), é sobre o crime económico e a ganância
do ser humano para quem tudo vale (mesmo a morte) quando se trata de perseguir
o poder e o dinheiro.
Muito bom de ver, não só
pelos argumentos e excelentes actores mas também para vermos as (grandes)
diferenças entre a sociedade nórdica e a nossa, sobretudo ao nível das relações
humanas mas também em termos de paisagem (natural e construída e, claro, ao
nível da decoração de interiores…fabuloso!).
As produções francesas, que nem
todos apreciam (pena!), e pelas quais já tinha algum apelo, também têm estado
bem representadas. Adoro a forma “limpa” e fortemente emocional de nos contarem
histórias simples, e por vezes banais…
Passou há tempos Uma
aldeia francesa que retrata
o quotidiano de uma aldeia francesa durante a ocupação nazi na 2ª Grande
Guerra. A ascensão e queda das relações sentimentais e das relações de poder à
medida que a Guerra se desenrola…Muita emoção, excelente argumento e excelentes
actores capazes de nos gerar sentimentos muito contraditórios…
Actualmente, em
reposição, aos Domingos à noite, Os homens da Fé relata a vida e as
motivações de 5 seminaristas de origens completamente distintas; acompanha as
suas dúvidas e a sua evolução na vida eclesiástica ao mesmo tempo que vamos
conhecendo o dia-a-dia de um Seminário, a luta pelo poder no Vaticano e nas entidades
intermédias e o modo como vão gerindo as motivações estritamente pessoais com
as religiosas…Muito bom!
Com temática bastante
actual, Le Bureau des Légend (título em
português, Agência clandestina) passou recentemente. O mundo da espionagem,
as falsas identidades, as jogadas de bastidores levadas a cabo pelos serviços
secretos, a angariação de informadores a nível internacional, os jogos psicológicos,
o terrorismo, a interligação entre aquilo que o mundo nos dá a conhecer e
aquilo que realmente acontece. Argumento genial, excelentes actores!
Em castelhano, Príncipe, aliou amor, terrorismo e tráfico de droga a um ritmo alucinante. O
centro da acção decorre no bairro El Príncipe em Ceuta. Oportunidade
para seguirmos temas contemporâneos em cenários, e com actores, a que não
estamos habituados.
De Itália,
passou há meses atrás Gomorra.
Retrata de forma dura e brutal a vida de uma família da camorra napolitana.
Traição e ajuste de contas não só no seio dos negócios mas também no seio
familiar…de cortar a respiração!
Provavelmente estarei a falhar a referência a alguma...se assim for não faltará oportunidade para actualização!
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