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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A mim, que também mereço


Criei este Blogue para publicar coisas de que gosto, sejam elas quais forem. É também a (única) forma que utilizo para ir divulgando o meu trabalho para além das presenças nas Feiras de Artesanato Urbano de Coimbra e no Mercado no Café (Santa Cruz, também em Coimbra).
Tenho também dedicado algum deste espaço ao trabalho de outros criadores. Hoje dedico este espaço a mim, ao meu trabalho…


…a maior parte começa aqui, no computador. Design gráfico, sobretudo utilizando o Illustrator (Adobe). Mas antes de aqui chegar houve um caminho a percorrer. Durante meses, três vezes por semana, três horas por noite, depois de oito horas de trabalho diário (porque não vivo disto) houve espaço, e sobretudo motivação, para aprender. Nada fácil, muito intensivo! Três ferramentas completamente novas para mim – Photoshop, Illustrator e InDesign. Das duas últimas nem nunca tinha ouvido falar e quanto ao Photoshop só uma vaga ideia a propósito de  “melhorar o aspecto das pessoas nas fotos…”. Só a enorme motivação me manteve até ao fim. Estas formações estão sobretudo delineadas para os jovens formandos de agora – eram sobretudo recém licenciados na área do design, marketing e publicidade que procuravam uma pós formação, essencialmente prática, para complementarem os seus cursos. Estes jovens já nascem com o chip das novas tecnologias e o ritmo das formações é feito à sua medida! Ora eu nesta área era uma autodidacta – formação 0! Assim, para acompanhar os conteúdos tinha que me esforçar duas ou três vezes mais! Nos dias em que não havia aulas, treinava o que tinha aprendido nas anteriores para que nas seguintes pudesse colocar as dúvidas. Ainda assim, tive que recorrer a dias de férias para conseguir consolidar tudo o que queria assimilar. As semanas foram passando, até me aperceber que tinha que fazer uma opção…Como tinha bem presente o tipo de trabalho que queria desenvolver, optei por me concentrar somente nas técnicas que iria aplicar…era de todo impossível querer chegar ao fim a saber tudo! Foi a melhor opção!

Depois desta aprendizagem outras vieram, na área da encadernação e das construções em papel. Mais algumas noites e fins-de-semana dedicados ao enriquecimento que só o conhecimento nos pode dar. As partilhas que estabelecemos nestas andanças, através das gentes e dos projectos que conhecemos são ganhos maiores que igualmente nos enriquecem.

Se o que sabia anteriormente me permitia fazer o que faço hoje!? Hoje consigo materializar o que imagino…embora já outras aprendizagens me mordisquem por dentro! Quem me dera com vinte anos nos tempos de hoje, com tanta tecnologia, tanta ferramenta, tanta criatividade…Quando penso que estamos em contagem decrescente só lamento não poder vir a conhecer tudo o que de novo se vai inventar e criar!

Mas enquanto é presente, embora lá criar e desenvolver…E a maior parte começa aqui…


As formas geométricas e a cor, sobretudo o preto e branco, o vermelho e o amarelo. Todas as minhas ilustrações e construções têm por base estas duas componentes. Há quem não perceba, há quem identifique e se identifique, há quem não valorize, há quem goste…aceito e compreendo. Sei que não há unanimidade quanto se trata de Criar. Mas não são estas questões que me fazem dedicar hoje este espaço a mim mesma mas sim o Trabalho. 



...e continua aqui, com trabalho manual. Ou é aqui mesmo que se inicia...depende da motivação e da inspiração.



Por trás de objetos simples, como um bloco de notas ou uma sebenta estão horas de trabalho – criar a ilustração, cortar as capas, dobrar o papel, coser as folhas leva tempo! 



Materializar um cartão Pop Up implica planificar uma ideia, testar a construção (cortar e estragar papel)…horas, muitas horas! E os quilómetros que se fazem à procura dos materiais e ferramentas para desenvolver uma ideia…e quando os materiais que utilizávamos já não se encontram…tempo, muito tempo, alguma desilusão também!




As embalagens, despojadas, são feitas manualmente, com papel reciclado, de aspeto tosco, sem utilização de colas, somente com recurso a dobragem e fio de vela.


 O valor monetário que atribuo aos meus produtos não reflectem o investimento que fiz em formação, o valor de deslocações nem as horas despendidas na materialização. Procuro que seja um valor equilibrado, reflexo de uma criação original (e muitas vezes exclusiva) destinada à apreciação de terceiros…afinal o gozo da criação é minha mas a finalidade é que seja apreciada por outras pessoas a ponto de estarem dispostas a pagar para que passe a ser sua…esta passagem de testemunho acaba por ser mais importante para mim que para o outro. O valor tende a reflectir este equilíbrio. Bom, pelo menos, essa é a minha ideia…


Depois desta descrição, quando olhar para os meus produtos, espero que consiga apreender o caminho percorrido até à materialização – perceba os materiais e as ferramentas que foram empregues até os ter na sua mão – fico grata por isso.

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